5.7.05
Memória curta
A Radio Televisão Portuguesa, televisão por enquanto infelizmente sustentada com o dinheiro de todos nós contribuintes, prepara um directo de pão e circo em Cabo Verde hoje, dia do 30º aniversário da sua independência.
Considero absolutamente vergonhoso e de uma notável falta de sensibilidade que a nossa televisão pública vá fazer à custa de todos nós, e como simbolo nacional que apesar de tudo é, um programa de "confraternização, de celebração da amizade e solidariedade entre dois povos" num dia que marca a independência de um país que foi conquistada, para o bem ou para o mal, à custa da morte e do estropiamento de soldados portugueses, com grande enfoque para a acção do PAIGC na Guiné.
Acho lamentável este género de branqueamentos da história. Fossem os motivos da Guerra Colonial bons ou maus, não o estou aqui a julgar, morreram ou ficaram irremediavelmente comprometidos no seu curso muitos militares Portugueses que lutaram com as nossas cores e tiveram a coragem e a disciplina de seguir para teatros de guerra complicados. Que tiveram a coragem de dar o corpo ao manifesto, por causas que acreditavam ou não, porventura muitos só por dedicação à Pátria, e que agora são convenientemente esquecidos.
Não defendo nenhum voltar de costas ressabiado ou cultivo de inimizades de colonizador-colonizado. Defendo até que se achem pontos de entendimento e de equilíbrio com todos eles, nomeadamente quando se tratarem de regimes democráticos e quando estiverem na mesa, sejamos honestos e digamo-lo, benefícios para o nosso país.
Mas festividades bacocas sem memória nem história, não.
Considero absolutamente vergonhoso e de uma notável falta de sensibilidade que a nossa televisão pública vá fazer à custa de todos nós, e como simbolo nacional que apesar de tudo é, um programa de "confraternização, de celebração da amizade e solidariedade entre dois povos" num dia que marca a independência de um país que foi conquistada, para o bem ou para o mal, à custa da morte e do estropiamento de soldados portugueses, com grande enfoque para a acção do PAIGC na Guiné.
Acho lamentável este género de branqueamentos da história. Fossem os motivos da Guerra Colonial bons ou maus, não o estou aqui a julgar, morreram ou ficaram irremediavelmente comprometidos no seu curso muitos militares Portugueses que lutaram com as nossas cores e tiveram a coragem e a disciplina de seguir para teatros de guerra complicados. Que tiveram a coragem de dar o corpo ao manifesto, por causas que acreditavam ou não, porventura muitos só por dedicação à Pátria, e que agora são convenientemente esquecidos.
Não defendo nenhum voltar de costas ressabiado ou cultivo de inimizades de colonizador-colonizado. Defendo até que se achem pontos de entendimento e de equilíbrio com todos eles, nomeadamente quando se tratarem de regimes democráticos e quando estiverem na mesa, sejamos honestos e digamo-lo, benefícios para o nosso país.
Mas festividades bacocas sem memória nem história, não.
colocado por JLP, 09:07