Crítica Portuguesa

31.10.05

O melhor argumento

A minha inclinação em termos de votação nas próximas presidenciais orientava-se essencialmente no sentido de maquiavelicamente votar em Manuel Alegre na primeira volta, para dar ao candidato Super Mário a lição de humildade que julgo que merece e conter toda a soberba com que a sua entourage tem conduzido essa candidatura. No caso de uma eventual segunda volta, de preferência já com o Super Mário arrumado e mesmo não nutrindo particular simpatia nem pertencendo ao culto messiânico de Cavaco Silva, pensava vir de qualquer modo a considerar votar neste. Contudo, nos comentários ao artigo no Bicho Carpinteiro referido no artigo anterior, vi até agora a melhor justificação para votar já em Cavaco e arrumar com as coisas na primeira volta. O leitor CFF comenta (negritos meus):
Lei n.º 19/2003 de 20 de Junho – Financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais (disponível na Internet em http://www.cne.pt/dlfiles/legis_financiamento_192003.pdf).

Reza assim o artigo 17.º n.º 4: “o A subvenção é de valor total equivalente a 20000, 10000 e 4000 salários mínimos mensais nacionais, valendo o 1.º montante para as eleições para a Assembleia da República, o 2.º para as eleições para a Presidência da República e para o Parlamento Europeu e o 3.º para as eleições para as Assembleias Legislativas Regionais.

E ainda,

O artigo 20.º n.º 1 alínea a): O limite máximo admissível de despesas realizadas em cada campanha eleitoral, nacional ou regional, é fixado nos seguintes valores:
a) 10 000 salários mínimos mensais nacionais na campanha eleitoral para Presidente da República, acrescidos de 2500 salários mínimos mensais nacionais no caso de concorrer a segunda volta;

Portanto agora é fácil,
a) - 373,64 € (salário mínimo, 2005) X 10 000 salários mínimos = 3.736,400 € (três milhões setecentos e trinta e seis mil e quatrocentos euros)

Ou seja, 750.000 contos

b) - Se passar à segunda volta bota cá mais 2500 salários, ou seja, pelas mesmas contas, mais 934.100 € (novecentos e trinta e quatro mil e cem euros)

Isto é, 190.000 contos


Agora só em Contos,

c) - Total por candidato 1.ª volta + segunda volta → 940.000 contos

d) – Assim na primeira volta temos: 5 candidatos X 750.000 mil contos = 3.750,000 (três milhões e setecentos e cinquenta mil contos)

c) – Ainda falta a segunda volta. Assim: 2 candidatos X 190.000 contos = 380.000 contos.

TOTAL GERAL = 4.130,000 CONTOS (Quatro milhões cento e trinta mil contos).
Sendo assim, e a bem da difícil situação das contas nacionais e do respeito pelos contribuintes, acabe-se já com a coisa pela primeira volta!
colocado por JLP, 17:30

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