Crítica Portuguesa

24.1.06

Derrotados da noite IV

A Eurosondagem.

Se dúvidas ainda houvessem relativamente à honestidade e inocência de muitas das sondagens que vão sendo apresentadas aqui e ali, relativas a este ou aquele facto político de relevo, o milagre das rosas denunciado por Manuel Alegre veio desmascarar a engenharia estatística que vai rondando a nossa praça. Eu, que costumo dizer que desde que tive Estatística deixei de acreditar em sondagens, senti-me confirmado.

Se também subsistissem dúvidas relativas ao facto de como é possível um dirigente de um partido político, no caso o socialista Rui Oliveira e Costa, presidir a uma empresa de sondagens e se continuar a conferir credibilidade política à isenção das sondagens por ela produzidas, também aqui se teve a prova.

Sondagens, como os chapéus do outro, há efectivamente mesmo muitas, e aparentemente vão-se encomendando à medida da tentativa de criar factos políticos e vagas de fundo. Cada vez mais a sondagem deixa de ser um mecanismo de aferição e estimativa, para se tornar numa arma de arremesso política.

Se no mercado das sondagens a credibilidade e a idoneidade ainda valer alguma coisa, o facto de ter sido apanhada com a mão na jarra das bolachas pode ter desferido um golpe eventualmente irreparável na posição do mercado da Eurosondagem.
colocado por JLP, 02:02

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