5.3.06
Até quando?
Neste rectângulo à beira-mar plantado em que a escolha de modelos económicos ensinada à generalidade dos nossos economistas é constituída pelo keynesianismo e pelas economia de modelo comunista, o primeiro instituído como cartilha do nosso bloco central, de Cavaco e Sócrates a Soares, a multidão bem comportada de contribuintes lá vai aceitando de bom grado continuar a alimentar o monstro do estado, engordado à custa das clientelas da política vigente e das megalomanias de pirâmides inúteis que vão constituíndo os gloriosos projectos de regime de sucessivos governos.
Temos um panorama político preenchido de originalidades: um partido entitulado social-democrata que não hesita em clamar espaço à direita do espectro político, um partido comunista pérola-de-museu aberto às portas do Mundo de ortodoxia marxista-leninista e que tem como modelos Cuba, a Coreia do Norte e os amanhãs-que-cantam de outrora, todos universos de reconhecida prosperidade e progresso social e tecnológico; um partido dito socialista, que ora arregaça o punho, ora veste Armani e se atira aos choques; um partido democrata-cristão-folclórico, orfão de pai perdido para as fileiras do centro-que-não-muda e vitima reconhecida do lenocínio político, grupinho de gladiadores defensores da moral contra a nova esquerda de cheiro a bafio e perfumada por noites da folha e herdeira das causas da mudança-porque-sim.
Da (r)evolução sobrou-nos um panorâma político coxo à partida, ocupado em guerras sucessivas de luta por um centrão podre de alternâncias de carreirismo político, em que a ideologia sempre foi palavra desconhecida, e que logrou, apesar de tudo com infeliz sucesso, anestesiar os cidadãos e conduzi-los à confortável posição de ganadeiros da vaca do regime.
Assim se foi construindo o estado paizinho do povo, a desculpa generalizada e confortável para a desresponsabilização e o não querer fazer, o papão da retenção na fonte da riqueza nacional, confortavelmente retida longe dos olhos dos cidadãos, e gerida a bem do clube e da malta pelos ungidos pelas últimas eleições.
Hoje, assim como as crianças passaram a suspirar não por ser veterinarios, astronautas ou bombeiros quando fossem grandes, mas sim jogadores da bola, vai-se construíndo o país em que os mais velhos vão querendo ser gestores públicos quando estiverem na mó de cima, e que algum dia também possam chafurdar um bocado na lavagem.
Mas as notícias são preocupantes, infelizmente. Aos contribuintes e cidadãos Portugueses vai faltando constatar que o dinheiro das festas está a acabar, e que o paizinho que outrora tinham em tanta consideração e que era o garante dos seu futuro está a fazer contas e a olhar para o buraco da falência. A maquinaria, essa vai sendo deslocalizada para locais bem mais solarengos.
Até quando vamos ficar com os olhos fechados?
Nota: publicado em simultâneo no Small Brother.
Temos um panorama político preenchido de originalidades: um partido entitulado social-democrata que não hesita em clamar espaço à direita do espectro político, um partido comunista pérola-de-museu aberto às portas do Mundo de ortodoxia marxista-leninista e que tem como modelos Cuba, a Coreia do Norte e os amanhãs-que-cantam de outrora, todos universos de reconhecida prosperidade e progresso social e tecnológico; um partido dito socialista, que ora arregaça o punho, ora veste Armani e se atira aos choques; um partido democrata-cristão-folclórico, orfão de pai perdido para as fileiras do centro-que-não-muda e vitima reconhecida do lenocínio político, grupinho de gladiadores defensores da moral contra a nova esquerda de cheiro a bafio e perfumada por noites da folha e herdeira das causas da mudança-porque-sim.
Da (r)evolução sobrou-nos um panorâma político coxo à partida, ocupado em guerras sucessivas de luta por um centrão podre de alternâncias de carreirismo político, em que a ideologia sempre foi palavra desconhecida, e que logrou, apesar de tudo com infeliz sucesso, anestesiar os cidadãos e conduzi-los à confortável posição de ganadeiros da vaca do regime.
Assim se foi construindo o estado paizinho do povo, a desculpa generalizada e confortável para a desresponsabilização e o não querer fazer, o papão da retenção na fonte da riqueza nacional, confortavelmente retida longe dos olhos dos cidadãos, e gerida a bem do clube e da malta pelos ungidos pelas últimas eleições.
Hoje, assim como as crianças passaram a suspirar não por ser veterinarios, astronautas ou bombeiros quando fossem grandes, mas sim jogadores da bola, vai-se construíndo o país em que os mais velhos vão querendo ser gestores públicos quando estiverem na mó de cima, e que algum dia também possam chafurdar um bocado na lavagem.
Mas as notícias são preocupantes, infelizmente. Aos contribuintes e cidadãos Portugueses vai faltando constatar que o dinheiro das festas está a acabar, e que o paizinho que outrora tinham em tanta consideração e que era o garante dos seu futuro está a fazer contas e a olhar para o buraco da falência. A maquinaria, essa vai sendo deslocalizada para locais bem mais solarengos.
Até quando vamos ficar com os olhos fechados?
Nota: publicado em simultâneo no Small Brother.
colocado por JLP, 21:03