Crítica Portuguesa

31.1.06

Bling bling

No seguimento do meu artigo publicado por estas paragens há algum tempo, lá assistimos hoje ao folclore em volta da nova vinda do Messias Bill Gates a terras lusas. Armado numa mão com dinheiro a rodos para formação profissional, e com a outra afagando a cabecinha do governo sedento de parangonas para o dito choque tecnológico, a junta Portuguesa lá se desfez no lambe-botismo que tão bem sabe pôr em prática.
Ela é a "Microsoft vai apoiar formação de 50 mil elementos das forças de segurança", ou que "
Microsoft e Estado querem formar um milhão de portugueses em cinco anos
", ou a "Renovação informática dos tribunais [que] exige investimento de seis milhões de euros". A turma dos papalvos lá se uniu para a fotografia, e fez o jeito para que a acção de publicidade da Microsoft fosse o mais bem sucedida possível. Dinheiro para construir o aparatoso dispositivo de segurança, até pronto a fornecer segurança privada às individualidades da campanha, presença do governo da nação em peso, a obrigatória carica presidencial, nada podia faltar nem ninguém podia perder a oportunidade de sair na fotografia, nem que fosse como capacho, num cantinho do enquadramento com alguém que efectivamente fez alguma coisa de produtivo na vida.

Eu por mim, além de obviamente participar como vai participando o cidadão nas festas, ou seja, pagando a factura, limito-me a levantar algumas questões:
Os olhinhos já vão sendo abertos por muitas paragens deste mundo. O facto de as coisas já não serem o que eram para a Microsoft, sem dúvida explica muito do que ela estará a fazer por cá. É que bandos de cheerleaders inocentes e maleáveis, especialmente à custa de contribuintes emudecidos, já vão sendo complicados de encontrar...
colocado por JLP, 22:35

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