29.11.05
A Europa a cair na real
Tony Blair centra reforma da política energética no nuclear
Espanha começa hoje a estudar futuro da energia nuclear
"O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, anunciou hoje a reforma da política energética do Reino Unido, centrando-a numa nova geração de centrais nucleares."
Espanha começa hoje a estudar futuro da energia nuclear
"Um grupo de trabalho criado pelo Governo espanhol começou hoje a estudar o futuro da energia nuclear no país. Contrariamente ao inicialmente previsto, entre os seus objectivos não está a definição de uma data para o encerramento das centrais."
Momento de humor do dia V
"O candidato presidencial Jerónimo de Sousa defendeu hoje a Lisnave como um exemplo da recuperação de empresas, com benefícios para os trabalhadores e para a economia [...]"(Via Público Última Hora, com negritos meus.)
Renovação na continuidade
Foi uma pena que atitudes eventualmente precipitadas tenham culminado na cisão de uma das dream teams da blogosfera lusa.
Mas, ao contrario das vulgares boys bands (Sara Muller, onde estás tu?), em que o pronúncio de saídas para carreiras a solo despertam o alarme para um cancro que se prepara para metastizar e multiplicar, neste caso só podemos esperar o melhor. Para isso já temos o Blue Lounge, do RAF, e o Portugal Contemporâneo do Rui de Albuquerque (ambos já obviamente acrescentados à coluna da direita), que continuo a tencionar ler com o mesmo agrado e atenção que votava aos seus anteriores escritos.
Boa sorte na nova residência.
Mas, ao contrario das vulgares boys bands (Sara Muller, onde estás tu?), em que o pronúncio de saídas para carreiras a solo despertam o alarme para um cancro que se prepara para metastizar e multiplicar, neste caso só podemos esperar o melhor. Para isso já temos o Blue Lounge, do RAF, e o Portugal Contemporâneo do Rui de Albuquerque (ambos já obviamente acrescentados à coluna da direita), que continuo a tencionar ler com o mesmo agrado e atenção que votava aos seus anteriores escritos.
Boa sorte na nova residência.
Adivinha quem voltou
Novamente regressado de uma ausência forçada ao fim-do-mundo, por aqui ainda se vai tentado por uma semana de ausência de contacto com o mundo civilizado internautico em dia. Cada vez mais o tempo é inexorável e impiedoso a criar factos novos e interessante, e qualquer falha do género deixa um backlog que rapidamente se torna assustador.
17.11.05
Desmascarado!
Depois de toda a encenação de relações difíceis, amúos e trocas de acusações entre o candidato Super-Mário e o Grande Satã Americano, podemos finalmente apresentar em primeira mão as provas irrefutáveis de que tudo não passava de uma bem oleada máquina de propaganda, e de que as relações estão melhores do que nunca.
Para os ainda incréus, aqui fica o registo fotográfico, ainda mais tomado no antro ultra-neo-liberal da cidade de Chicago, no exacto momento em que ambos despejavam o lixo depois de deglutirem um Big Big Mac:
Infelizmente, Joana Amaral Dias ficou tapada na fotografia pela globalização asiática.
(Via Boing Boing.)
Para os ainda incréus, aqui fica o registo fotográfico, ainda mais tomado no antro ultra-neo-liberal da cidade de Chicago, no exacto momento em que ambos despejavam o lixo depois de deglutirem um Big Big Mac:
Infelizmente, Joana Amaral Dias ficou tapada na fotografia pela globalização asiática.
(Via Boing Boing.)
16.11.05
Desculpas politicamente correctas
15.11.05
DID*
No Super-Mário, Vital Moreira fustiga sem dó nem piedade (negritos meus):
Sem dúvida uma critica de laxismo e de falta de visão ao pais da nossa Constituição que estes não poderão ignorar.
Esses mabecos!
*(Dissociative Identity Disorder.)
"«Cavaco garante que não pressionará para alterar poderes do PR». Cavaco Silva sabe bem que o problema não é esse, porque não existe a mínima possibilidade de reunir uma maioria de 2/3 para alterar os poderes constitucionais do Presidente. O problema consiste em saber como é que ele, caso fosse eleito, iria usar (ou abusar) dos poderes constitucionais ou mesmo actuar à margem da Constituição, como reclamam sem prudência muitos dos seus apoiantes. Tanto mais que não existe nenhum meio constitucional de controlar ou limitar os actos do Presidente, caso ele extravase dos seus poderes."
Sem dúvida uma critica de laxismo e de falta de visão ao pais da nossa Constituição que estes não poderão ignorar.
Esses mabecos!
*(Dissociative Identity Disorder.)
14.11.05
A prioridade do dia XIII
O Presidente da República, Jorge Sampaio, considerou hoje que o Ensino Superior em Portugal está "desregulado", com uma rede "que não faz qualquer sentido", quando os estabelecimentos de ensino universitário “continuam a ser indispensáveis para a construção da democracia".
(Via Público Última Hora.)
Ciclo de verdade II
"Agentes da CIA terão tentado dissimular as circunstâncias em que foi morto um detido na prisão de Abu Ghraib, em Bagdad, noticia a edição desta segunda-feira da “Time”. A revista teve acesso ao relatório da autópsia que concluiu ter-se tratado de homicídio.
Nas fotos que acompanham o relatório da autópsia, redigido pelo Departamento de Defesa, são visíveis as marcas dos golpes infligidos a Manadel al-Jamadi, um “prisioneiro fantasma”, cujo nome não constava dos registos da prisão.
[...]
Após hora e meia de interrogatório conduzidos por agentes da CIA, o detido morreu, vítima de “ferimentos infligidos por golpes violentos” e “asfixia”, noticia a “Time”, citando os documentos a que teve acesso.
Um perito médico-legal que teve acesso mais tarde ao relatório do Departamento de Defesa disse à revista que é provável que Al-Jamadi tenha morrido sufocado quando lhe colocaram a cabeça dentro de um saco de areia vazio.
[...]
Nos próximos dias o Congresso norte-americano vai debater uma emenda ao orçamento da Defesa onde se proíbe explicitamente o uso da tortura e de “tratamentos desumanos, cruéis e degradantes” em interrogatórios. O documento, proposto pelo senador republicano John McCain, herói da guerra do Vietname, é contestado pela Casa Branca que ameaça vetar o orçamento caso não seja prevista uma isenção para a CIA."
Público Última Hora, Nov. 2005
"We do not torture".
George Walker Bush, Nov. 2005
Internet ou a intranet Americana?
Escreve o Rui Oliveira d'O Insurgente sobre a questão da ordem do dia da possibilidade da passagem da gestão corrente da Internet, no que toca à gestão dos domínios e sua infrastrutura e dos blocos de endereços IP, da organização Americana sem fins lucrativos ICANN para a alçada das Nações Unidas, em prosa de nome A Net, a ONU e os Estados Unidos.
Julgo que a frase transcrita acima resume as preocupações do Rui Oliveira em relação à migração proposta, de que a queda de tal função no seio de uma qualquer organização da ONU seria o fim da Internet como veículo de liberdade de expressão que presentemente conhecemos. Poder-se-à a sustentação e justificação das dúvidas, quanto a mim, dividir em duas partes: a de se as Nações Unidas não serão capazes de o assumir, ou poderão tentar subverter essa gestão, pactuando com "directivas regionais" de controlo da Internet; a de que os EUA têm sido um particular garante dessa liberdade de expressão e uma mais-valia para o funcionamento de toda a infrastrutura.
Em relação à primeira, acho que nada indica nesse sentido. No exacto mesmo domínio das telecomunicações, temos o exemplo da ITU (uma das organizações candidatas a receber a função), presentemente a mais antiga organização internacional, que tem provas mais que dadas da capacidade técnica e política de gerir uma infra-estrutura do género. Se hoje em dia a inter-conectividade das redes telefónicas é uma realidade, independentemente das suas implementações nacionais, e se podemos tomar como garantida a possibilidade de efectuarmos transparentemente chamadas internacionais, em muito a ela o devemos. Não consta também que, pela sua acção, se tenha mitigado a liberdade de expressão ou se tenha ajudado a promover monopólios ou o controle dos paises do tipo de chamadas telefónicas que recebem ou fazem.
No que toca à questão da manutenção do statu quo, acho que a questão ela própria tem que ser analizada em várias facetas.
Em primeiro lugar, a gestão por motivos históricos de percursor da Internet dos EUA, não tem sido particular garante ou detractor dessa liberdade de expressão. O facto de a gestão ser feita como e por quem é não inviabiliza que a China tenha a sua Great Firewall e que em muitos países se faça a restrição e monitorização do acesso à Internet. Nem a possível migração dessa gestão para outra organização se espera que venha a representar uma particular diferença. É a própria natureza descentralizada e "em grelha" da Internet que faz com que sejam os próprios países, através dos seus orgãos nacionais e da sua legislação específica, quem têm a última palavra a dizer sobre essa liberdade de expressão.
A questão, essa sim quanto a mim fulcral, é a de se é admissível que a gestão de uma infrastrutura global de comunicações, parte da lógica de negócio de centenas de milhar de empresas mundiais e das necessidades de comunicação pessoais de milhares de milhões de pessoas poderá continuar a ser entregue a uma organização dependente do governo de um país, baseado em critérios de natureza histórica. Quando os EUA persistem em manter o ICANN sobre a alçada do Departamento do Comércio dos EUA, na prática colocando dezenas de organizações de países estrangeiros responsáveis pelos TLD dos diversos países (como a nossa FCCN) sujeitos à sua vontade, poderemos pensar da legitimidade desse comportamento. Quando os EUA, no seguimento da sua intervenção junto do ICANN, se arrogam em conferir o monopólio da gestão e exploração dos domínios genéricos .com e .net por ajuste directo a uma empresa Americana (a Network Solutions, posteriormente adquirida pela Verisign), e a atribuir redes Classe A praticamente em exclusivo a empresas e organizações Americas (das quais 7, repito, 7, equivalentes a mais de uma centena de milhões de endereços IP, ao departamento de defesa), deste modo desperdiçando um recurso escasso, ou a conferir a si próprio o direito a ter TLD de uso exclusivo, como o .edu, o .mil e o .gov, acho que é de toda a legitimidade questionar a manutenção desta situação.
Eu sei que, em certos círculos, dizer que tudo o que esteja próximo das Nações Unidas é mau e criticável na mesma proporção em que tudo o que vem dos EUA é louvável fica bem, mas julgo que em relação a esta questão importa ter uma visão liberal sobre o problema. A infrastrutura da Internet não é um exclusivo dos EUA, que se arrogam portanto actualmente de ter jurisdição sobre propriedade que não é sua.
Quanto à liberdade de expressão, preocupemo-nos mais com o que contra ela vai fazendo o nosso Sócrates ou o George W. (demasiados links para listar ;) ) do que com os males que podem vir pela simples gestão da Internet.
"É óbvio que há pessoas que acham um desaforo o "controlo" da Internet estar nos Estados Unidos (ver aqui e aqui), mas de facto, se a Internet caísse sob a alçada da ONU, bem poderíamos dizer adeus a liberdade de expressão na mesma."
Julgo que a frase transcrita acima resume as preocupações do Rui Oliveira em relação à migração proposta, de que a queda de tal função no seio de uma qualquer organização da ONU seria o fim da Internet como veículo de liberdade de expressão que presentemente conhecemos. Poder-se-à a sustentação e justificação das dúvidas, quanto a mim, dividir em duas partes: a de se as Nações Unidas não serão capazes de o assumir, ou poderão tentar subverter essa gestão, pactuando com "directivas regionais" de controlo da Internet; a de que os EUA têm sido um particular garante dessa liberdade de expressão e uma mais-valia para o funcionamento de toda a infrastrutura.
Em relação à primeira, acho que nada indica nesse sentido. No exacto mesmo domínio das telecomunicações, temos o exemplo da ITU (uma das organizações candidatas a receber a função), presentemente a mais antiga organização internacional, que tem provas mais que dadas da capacidade técnica e política de gerir uma infra-estrutura do género. Se hoje em dia a inter-conectividade das redes telefónicas é uma realidade, independentemente das suas implementações nacionais, e se podemos tomar como garantida a possibilidade de efectuarmos transparentemente chamadas internacionais, em muito a ela o devemos. Não consta também que, pela sua acção, se tenha mitigado a liberdade de expressão ou se tenha ajudado a promover monopólios ou o controle dos paises do tipo de chamadas telefónicas que recebem ou fazem.
No que toca à questão da manutenção do statu quo, acho que a questão ela própria tem que ser analizada em várias facetas.
Em primeiro lugar, a gestão por motivos históricos de percursor da Internet dos EUA, não tem sido particular garante ou detractor dessa liberdade de expressão. O facto de a gestão ser feita como e por quem é não inviabiliza que a China tenha a sua Great Firewall e que em muitos países se faça a restrição e monitorização do acesso à Internet. Nem a possível migração dessa gestão para outra organização se espera que venha a representar uma particular diferença. É a própria natureza descentralizada e "em grelha" da Internet que faz com que sejam os próprios países, através dos seus orgãos nacionais e da sua legislação específica, quem têm a última palavra a dizer sobre essa liberdade de expressão.
A questão, essa sim quanto a mim fulcral, é a de se é admissível que a gestão de uma infrastrutura global de comunicações, parte da lógica de negócio de centenas de milhar de empresas mundiais e das necessidades de comunicação pessoais de milhares de milhões de pessoas poderá continuar a ser entregue a uma organização dependente do governo de um país, baseado em critérios de natureza histórica. Quando os EUA persistem em manter o ICANN sobre a alçada do Departamento do Comércio dos EUA, na prática colocando dezenas de organizações de países estrangeiros responsáveis pelos TLD dos diversos países (como a nossa FCCN) sujeitos à sua vontade, poderemos pensar da legitimidade desse comportamento. Quando os EUA, no seguimento da sua intervenção junto do ICANN, se arrogam em conferir o monopólio da gestão e exploração dos domínios genéricos .com e .net por ajuste directo a uma empresa Americana (a Network Solutions, posteriormente adquirida pela Verisign), e a atribuir redes Classe A praticamente em exclusivo a empresas e organizações Americas (das quais 7, repito, 7, equivalentes a mais de uma centena de milhões de endereços IP, ao departamento de defesa), deste modo desperdiçando um recurso escasso, ou a conferir a si próprio o direito a ter TLD de uso exclusivo, como o .edu, o .mil e o .gov, acho que é de toda a legitimidade questionar a manutenção desta situação.
Eu sei que, em certos círculos, dizer que tudo o que esteja próximo das Nações Unidas é mau e criticável na mesma proporção em que tudo o que vem dos EUA é louvável fica bem, mas julgo que em relação a esta questão importa ter uma visão liberal sobre o problema. A infrastrutura da Internet não é um exclusivo dos EUA, que se arrogam portanto actualmente de ter jurisdição sobre propriedade que não é sua.
Quanto à liberdade de expressão, preocupemo-nos mais com o que contra ela vai fazendo o nosso Sócrates ou o George W. (demasiados links para listar ;) ) do que com os males que podem vir pela simples gestão da Internet.
13.11.05
Imprescindível!
A não perder um acessório imprescindível nos dias correntes, pejados por "chatos" do tele-marketing. Senhoras e senhores, apresento o Anti-telemarketing counterscript:
10.11.05
Excitações
É certo que as coisas para os lados do Super Mário não parecem ir de feição. Compreende-se assim a excitação de Vital Moreira, que escreve assim na sua causa (negritos meus):
Quanto às afirmações de VM no artigo em causa, relativamente ao empate das candidaturas de Soares e Alegre, haveria muita coisa que para tal se lhe poderia dizer e ensinar em relação a erros de amostragem. Mas sinceramente de momento não tenho tempo. Fica só o excerto da ficha técnica com negritos meus:
"O antigo semanário independente "Expresso", agora despudoradamente transformado em jornal oficial da candidatura de Cavaco Silva, publica hoje uma sondagem relativa às eleições presidenciais, onde as novidades mais evidentes em relação a sondagens anteriores são a baixa de Cavaco Silva (embora mantendo ainda a maioria absoluta) e o aparecimento de Mário Soares à frente de Manuel Alegre (embora por apenas 1%). Qual foi a manchete escolhida? Que Soares e Alegre estão "empatados"! Imagine-se que os dados eram inversos. Qual seria a manchete? "Alegre à frente de Soares", pois claro!Em primeiro lugar, cumpre informar VM que a sondagem não é só do Expresso, esse jornal do demo. Eu até sou dos que recentemente defendem a tese que "se saíu no Expresso, não acredite". Mas, neste caso, cumpre-se assinalar que ao seu lado a encomendar a sondagem à Eurosondagem estão também a Sic e a Rádio Renascença. Será que são essas outras instituições para acrescentar ao rol de manipuladores informativos, ou não dá jeito?
A isto chama-se manipulação informativa."
Quanto às afirmações de VM no artigo em causa, relativamente ao empate das candidaturas de Soares e Alegre, haveria muita coisa que para tal se lhe poderia dizer e ensinar em relação a erros de amostragem. Mas sinceramente de momento não tenho tempo. Fica só o excerto da ficha técnica com negritos meus:
"O erro máximo da Amostra é de 2,48%, para um grau de probabilidade de 95,0%."
7.11.05
Ciclo de verdade
Hoje, fechou-se um ciclo de verdade na política Americana:
Read my lips--NO NEW TAXES!
George Herbert Walker Bush, Nov. 1988
We do not torture.
George Walker Bush, Nov. 2005
17 anos a fazer o melhor em prol da verdade.
1.11.05
Notícias do Reino de Sua Majestade
Em anúncio sem dúvida a reter pelo pelo nosso primeiro e o seu choque tecnológico, a BBC News refere (negrito meu):
Para além de qualquer dúvida, isto é que é ter sentido do que é prioritário!
The homeless should be given broadband internet access, John Prescott's office has said in a new report.
Para além de qualquer dúvida, isto é que é ter sentido do que é prioritário!