Crítica Portuguesa

25.8.05

Momento de humor do dia III

A Emmanuelle autárquica, via Grande Loja do Queijo Limiano.
colocado por JLP, 15:58 | link | 0 comentários

Uma frase a relembrar nos próximos tempos III

More: There is no law against that.

Roper: There is! God's law!

More: Then God can arrest him.

Roper: Sophistication upon sophistication.

More: No, sheer simplicity. The law, Roper, the law. I know what's legal not what's right. And I'll stick to what's legal.

Roper: Then you set man's law above God's!

More: No, far below; but let me draw your attention to a fact - I'm not God. The currents and eddies of right and wrong, which you find such plain sailing, I can't navigate. I'm no voyager. But in the thickets of the law, oh, there I'm a forrester. I doubt if there's a man alive who could follow me there, thank God....

Alice: While you talk, he's gone!

More: And go he should, if he was the Devil himself, until he broke the law!

Roper: So now you'd give the Devil benefit of law!

More: Yes. What would you do? Cut a great road through the law to get after the Devil?

Roper: I'd cut down every law in England to do that!

More: Oh? And when the last law was down, and the Devil turned round on you - where would you hide, Roper, the laws all being flat? This country's planted thick with laws from coast to coast - man's laws, not God's - and if you cut them down - and you're just the man to do it - d'you really think you could stand upright in the winds that would blow then? Yes, I'd give the Devil benefit of law, for my own safety's sake.

A Man For All Seasons
colocado por JLP, 14:08 | link | 0 comentários

24.8.05

Serviço público II

Num notável exercício de serviço público, o Gabriel Silva do Blasfémias aponta-nos o paradeiro do mítico anúncio do Restaurador Olex. Simplesmente a não perder!
colocado por JLP, 17:37 | link | 0 comentários

A coligação lógica

No Porto, pretensos liberais coligam-se com pretensos monárquicos.
colocado por JLP, 16:46 | link | 0 comentários

Breaking news I

Bombardier arrisca-se a nova nacionalização.
colocado por JLP, 16:25 | link | 0 comentários

O dever (geralmente) começa em casa

O Público Última Hora informa-nos que Bruxelas, mais concretamente a Comissão Europeia, pretende financiar emissões de rádio para promover a Democracia na Bielorrússia.

É curioso constatar como uma instituição desprovida ela própria de qualquer tipo de legitimidade democrática como é a Comissão Europeia venha deste modo encher o peito e vestir a farda de paladina da Democracia.

Além disso, será de questionar a legitimidade e existência de mandato para deste modo se ingerir em questões internas de estados que não são membros da UE. A Comissão não goza de nenhum estatuto de representatividade perante terceiros em relação a política de Negócios Estrangeiros. A Constituição Europeia não está em vigor, e como tal não há nenhum imperativo de "política externa comum" que obrige à convergência dos estados membros em relação à política externa. Terá havido alguma reunião do Conselho de Ministros de Negócios Estrangeiros que eu desconheça e que tenha tomado uma decisão relativamente a essa posição?

Além disso, a História (e nomeadamente a recente) devia provar quais são os efeitos negativos destas tentativas de ingerência e da asserção de "superioridades morais" e de políticas de "propagação da Democracia". Os problemas existentes na Bielorrússia e contidos dentro das suas fronteiras dizem somente respeito aos Bielorrussos, que terão de optar por os resolver ou não da maneira que melhor lhes aprover. A tentativa leviana e irresponsável de tentar formatar sociedades e povos com Morais distintos está mais que visto que dá mau resultado e que eventualmente faz ricochete das piores maneiras.

Além disso, na situação concreta coloca-se uma questão que demonstra porventura a leviandade da acção da Comissão: tendo sido escolhida uma rádio Alemã para fazer a "doutrinação", será que a Comissão já antecipou possíveis retaliações, por exemplo comerciais, da Bielorrússia em relação à Alemanha? Terá o aval do Estado Alemão?

Será que agora andamos todos a brincar aos diplomatas?
colocado por JLP, 15:37 | link | 0 comentários

A prioridade do dia VI

"O Presidente da República, Jorge Sampaio, defendeu hoje uma "meditação séria" no país sobre a reestruturação florestal e a possibilidade de tornar coerciva a limpeza das florestas".
colocado por JLP, 15:25 | link | 0 comentários

23.8.05

Estados Unidos resolvem problema de segurança

Booking a flight just now, I notice that several operators state:

Prices exclude $2.50 September 11th security fee for flights departing USA.


(Via o blog de Martin F. Krafft.)
colocado por JLP, 17:38 | link | 0 comentários

Paris de França



Regressado agora que estou da bela volta pelas paragens acima enunciadas, acompanhada da mais doce companheira, não posso deixar de assinalar o que mais me ficou na retina e na conciência depois de mais uma visita à cidade inesgotável que é Paris.

Em primeiro, é impossível fugir e não dar o mérito a todo um povo e uma sociedade que sabe comer e tem o bom gosto na cozinha, na mesa e na épicerie que têm os franceses. Enquanto por outras paragens europeias, incluíndo no nosso país, se trata de uniformizar gostos e reduzir espaço de prateleira, se cai no pão de massa congelada de hipermercado e se pena para encontrar algo que se afaste do trivial, a visita a uma épiceria parisiense, quer mais modesta quer mais massificada, é sempre um prazer para os sentidos e uma descoberta constante de algo de novo e imprevisto, disposto a estimular a nossa curiosidade gastronómica do dia. Seja nas Galeries Gourmandes, uma boa surpresa junto ao Palácio de Congressos em Porte Maillot, nas fantásticas Galerie Lafayette ou na interessante Grand Épicerie de Paris do Bon Marché, bons tempos se passaram e lá se procedeu ao consumo de umas coisas boas e à aquisição de algumas vitualhas de paradeiro luso mais difícil.

Outra conclusão foi a de que o "Código de da Vinci" se transformou na prática num roteiro turístico de Paris. Ele foi vê-lo em cima de mesas do café, sendo recapitulado por algum turista, na ante-câmera da "Mona Lisa" e no Louvre, sendo esmiuçado de algum pormenor de última hora, ou nos escaparates de livrarias, lojas de souvenirs ou quiosques de aeroportos. Ainda haverá alguém que fará melhor do que eu a análise de qual lacuna da sociedade Mundial é que a referida obra veio preencher...

Também se verificou o penoso que é assistir à nossa "RTP Internacional". Batidos e amassados com uma "dieta" de Praça da Alegria, Volta e mais volta a Portugal, requentamentos da "Filha do Mar" e regatas de baleeiros a remos no canal do Pico, com interlúdios inenarráveis do provincianismo mais assustador, pude mais uma vez constatar a visão de coitadinho comedor do que quer que se lhe dê com rótulo de Português que a nossa televisão do estado tem dos nosso emigrantes. Sim, porque sem dúvida a "nossa" RTPi é uma televisão feita para emigrantes, de preferência os portadores de todos os clichés que fizeram o passado da nossa emigração, porventura não o presente. Cumpria pensar se é essa a visão internacional que queremos dar ao Mundo, e atentar ao exemplo sempre auspicioso da nobre BBC, no sua encarnação World. Queremos uma televisão para emigrantes, ou uma mostra da cultura e do dia-a-dia Português revestida de um mínimo de seriedade? Salva-se minimamente apenas o Telejornal, igual ao para consumo interno, que apesar de tudo permite aos eventuais estrangeiros que passem pela sua frequência constatar a bizarria do alinhamento de um jornal de horário nobre que ocupa mais de uma hora.

Além disse confirmou-se de novo que a França está bem acompanhada dos Estados Unidos (no caso do segundo nas zonas em que o Espanhol já não é praticamente primeira língua) como bastião das nações monoglotas do Mundo. Não é que tenha alguma alergia ao Françês, que me esforcei por relembrar e praticar, mas constatar na generalidade das pessoas a antipatia do costume a algumas palavras que não cheirem a Gaulês é o assinalar que por lá, o comandante ainda teima garboso em ficar no navio e não ligar à teimosa sirene que o alerta do desastre e à água que lhe vai chegando ao bigode. Também deixa a tentação do costume de fazer a vida negra ao próximo turista Francês que apareça cá pelas nossas paragens, fugindo ao nosso habitual desenrascanço e simpatia linguísticos...

Por último, o constatar de duas bizarrias: a primeira, a política de preços generalizada relativamente às bebidas engarrafadas, sendo que a regra disseminada, do quiosque mais improvisado ao restaurante mais oficial, é que o preço de uma mísera Coca-Cola ou de uma pétillant Perrier atinjam uns obscenos €3 a €5, enquanto o preço da generalidade da alimentação, incluíndo a dos restaurantes acessíveis aos mortais mais comuns, não seja muito diferente dos praticados por cá; outra foi o verificar a o pagamento de taxas diferentes de IVA no caso da refeição ser consumida entre portas ou ser "para levar", sendo que no primeiro caso a taxa ronda os 19% (a que acrescem os costumeiros 15% de serviço) e no segundo de sensivelmente 5%. Tentou-se descobrir o "valor acrescentado", mas em vão. Só se pode concluir que às vezes, como diria o outro, estes Gauleses são loucos...

P.S. Durante a arrebatadora visita a Versailles, lá se deitou o olho liberal e sobranceiro às representações várias dos "inimigos" Louis XIV e Napoleão... E não se pode deixar de desejar aplicar um certo tratamento à moda do Porto à passagem dos retratos do Junot e do Soult! O Masséna aparentemente conseguiu escapar ao olhar atento...
colocado por JLP, 16:07 | link | 0 comentários

22.8.05

Momento de humor do dia II

Luís Filipe Menezes garantiu ontem que só não entrou na corrida à presidência da Câmara do Porto porque não quis. "Quiseram-me no Porto e eu não quis: preferi ficar em Gaia" (...)


(Via Público Última Hora.)
colocado por JLP, 14:08 | link | 0 comentários

8.8.05

Luz



Os próximos dias vão ser deliciosamente ocupados a relembrar as paragens retratadas acima. Com um novo ingrediente que faz toda a diferença: a companhia da mais doce companheira.

Entretanto, qualquer coisinha é deixar na caixa do correio. Au revoir!
colocado por JLP, 23:48 | link | 0 comentários

6.8.05

Now, I am become Death, the destroyer of worlds

colocado por JLP, 01:00 | link | 0 comentários

4.8.05

Aprendizagem por reforço

Afinal, parece que a aprendizagem tarda mas não falha. Relativamente ao Iraque, o Ministro Britânico dos Negócios Estrangeiros Jack Straw "confessou" à BBC News:

Unlike in Afghanistan, although we are part of the security solution there we are also part of the problem [...]
colocado por JLP, 07:22 | link | 0 comentários

A destreza do insulto

Puta que os pariu

Incrível como todos aceitamos a merda de médicos que temos. Incrível como estes cabrões reduzem uma pessoa a um tubo de ensaio ou a uma análise. Incrível como conseguem ter tão má-vontade, ser tão cabrões e ainda terem a lata de passar uma imagem de devotos da causa pública. Puta que os pariu a todos. Do meio desta merda toda sobra uma consolação. Farei o que tenho a fazer nos EUA. E quem não tem dinheiro ou capacidade para sair da merda deste país? A resposta é simples. Esses fodem-se. E já se sabe que a culpa é do sistema. A culpa NUNCA é do caralho do médico que não move uma palha para fazer o que tem de ser feito. E assim têm estes cabrões a vida de alguém suspensa no resultado de uma análise que se recusam a fazer.


Desiluda-se quem pense que estas palavras são as últimas produções escritas de um membro de uma qualquer claque de futebol ou a transcrição de uma conversa de café entre cavadores com a 4ª classe. Não. Estas palavras são destrezas das dúvidas de um Luís Aguiar-Conraria, assistente universitário e aluno de doutoramento. É verdade.

Fui conduzido a esta peça pel'O Insurgente, tendo sido mais recentemente alertado de novo para a mesma pela leitura do Algumas Passagens. Já na altura, a vontade de também responder à letra ao manto de insultos disparado foi difícil de debelar. Mas a perspectiva de descer ao nível do seu autor rapidamente me pôs no caminho, além de que felizmente fui criado com outro rigor e outros princípios.

Foi no entanto interessante constatar que a notável ligeireza com que se dirige a todo um grupo de pessoas e classe profissional, que naturalmente não conhece individualmente, uma marca sem dúvida da bravura e coragem de um homem pequenino, não impede o referido senhor de aparentar uma certa dificuldade em conviver com a crítica. Duas vezes optei por comentar o referido artigo na sua caixa de comentários, em tom sem sombra de dúvida mais civilizado e assinando o meu nome, e das duas vezes a coragem do referido senhor não lhe permitiu mais do que a remoção desses comentários.

Mais. Porventura por se ter posteriormente envergonhado, ou por ter recebido talvez uma significa porção da educação que lhe faltava na sua digressão aos EUA, acabou por remover o referido artigo do seu blog. Mas a história não se re-escreve, e ficou ainda por escrever o pedido de desculpas público, que se aguarda seja suficientemente sincero e expressivo para equilibrar o que foi dito.

Mas mais triste é verificar que é esta a qualidade pessoal dos quadros académicos do nosso ensino público. Triste também será verificar que o referido senhor não terá provavelmente tido em casa dos seus pais a necessária educação para se relacionar com elevação em sociedade e para conseguir distinguir crítica, mesmo que mordaz e acutilante, de insulto. Urge verificar a frequência destes casos e confirmar se se tratarão de pessoas caídas nos alçapões do nosso sistema, ou se serão vítimas de limitações dos seus pais em lhes transmitir os mínimos para conviverem em sociedade.

É também curioso, e deverá ser sem dúvida informação angariada pelo convívio familiar ou outro, o conhecimento exaustivo que o referido senhor parece apresentar da ascendência da generalidade da classe médica Portuguesa. Será efectivamente por convívio? Terá vindo da senhora sua mãe por afinidade profissional?

Sem dúvida uma página particularmente abjecta, mas particularmente reveladora do carácter (?) emanada da nossa blogosfera.
colocado por JLP, 05:09 | link | 0 comentários

2.8.05

Ainda as patentes de software e a Constituição Europeia

Às vezes os argumentos contra a Constituição Europeia vêm de onde menos se espera. O guru do Software Livre Richard Stallman escreve no Guardian uma interessante e clara análise sobre o day after e o processo de elaboração da directiva Europeia sobre as patentes de software.

Europeans are fortunate that French and Dutch voters conclusively rejected the proposed EU constitution. The document explicitly prioritised the interests of business over the public. It slightly increased the power of the parliament while greatly increasing the power of the council of ministers: in other words, it would have made the union less democratic.


Apesar de, quanto a mim, o problema serem os poderes da Comissão, e não os do Conselho, por falta de legitimidade democrática da primeira e por o Conselho, com decisões por unanimidade e com direito de veto aos países, ser para mim a verdadeira sede da intergovernamentalidade e como tal o que melhor expressa o expírito de União Europeia que prefiro, não deixa de ser um alerta significativo.
colocado por JLP, 21:45 | link | 0 comentários